sábado, 29 de novembro de 2008







Trabalhar em casa?!

Mais do que uma tendência, essa é uma realidade. Com as facilidades proporcionadas pela internet e pela telefonia móvel, empresas e trabalhadores descobriram no chamado home office uma solução mutuamente atraente. Afinal, é uma forma de reduzir custos para as companhias e, em princípio, favorecer a qualidade de vida do funcionário ou do prestador de serviço que transfere o escritório para o próprio lar. Mas como fica a saúde (e o desempenho) desse indivíduo que deixa o dia-a-dia corporativo para recriar em sua residência um novo ambiente profissional?
A médica do trabalho Marcia Bandini nota que o home office pode ser ou não benéfico à saúde de uma pessoa conforme as circunstâncias. Ela alerta que os riscos mais significativos dizem respeito à saúde mental e à ergonomia. "A cadeira, a mesa e o computador precisam ser apropriados para uma pessoa que vai passar um bom tempo sentado, sob pena de ela desenvolver males esqueléticos e musculares", orienta. Paralelamente há os problemas de falta de organização, planejamento e disciplina, que podem levar a um quadro importante de estresse e a outras conseqüências psíquicas mais acentuadas.

Marcia Bandini diz que o profissional precisa se fazer algumas perguntas. Será que sua atividade se adapta ao home office?; Ele está preparado para ficar longe dos colegas?; A estrutura doméstica permite montar um escritório? Depois, vêm as questões de organização, como estabelecer prioridades e jornada. Administrar mal esses fatores significa sofrimento psíquico e queda de rendimento. "A proximidade da geladeira pode ser perigosa, uma vez que favorece a obesidade", observa.
Na prática, o tempo que se ganha ao eliminar o deslocamento pode ser perdido se a pessoa ficar refém da indisciplina. "Ela fica improdutiva, descumpre prazos, perde clientes, trabalha mais horas para compensar", ilustra o administrador de empresas Fernando Antonio da Silva. As adversidades fazem parte da rotina do escritório em casa, mas há casos inconciliáveis, como o de um executivo assessorado pela consultora Priscila de Oliveira, de São Paulo. "Ele estava acostumado a grandes decisões, mas quem cuidava da parte operacional era a secretária", lembra a psicóloga. Quando sentiu dificuldade para resolver problemas corriqueiros, passou a descontar a irritação na família e quase destruiu o casamento. Portanto, é preciso pesar prós e contras antes de instalar em casa uma estação de trabalho. pr marcos ayres

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