sexta-feira, 12 de dezembro de 2008








CURIOSIDADE

Todo mundo no pedal

Há um ano com o objetivo de melhorar o trânsito e diminuir os índices de poluição na capital francesa, a prefeitura de Paris criou um sistema de aluguel de bicicletas. Foram colocadas 10,6 mil bikes à disposição da população em 750 bicicletários instalados em pontos estratégicos da cidade e com o valor do aluguel mais baixo do que o preço do bilhete de metrô. Com isso, os franceses passaram a deixar o carro em casa. Só encontraram vantagens: ficam longe dos engarrafamentos, mantêm constante atividade física, não poluem e gastam menos. Em um ano, houve uma redução de 20% do fluxo de automóveis pelas ruas centrais da cidade e hoje ela conta com mais de 400 quilômetros de ciclovias que atendem diariamente mais de 160 mil pessoas. A opção dos franceses pelo transporte sobre duas rodas reafirma uma tendência mundial. Nesse início de século XXI, pedalar virou uma causa política, ambientalista e efetiva alternativa aos caóticos congestionamentos.
Em Barcelona, na Espanha, estima-se que 450 mil pessoas já
aderiram às bicicletas para se locomover - há na cidade 450 bicicletários. O uso de bicicletas para além do lazer não é novo. Na China, boa parte da população vai e volta do trabalho pedalando. É certo, no entanto, que os chineses sofrem com a questão do roubo de suas bikes. Na América também o seu uso se faz presente e grandes cidades com problemas de congestionamentos constantes e quilométricos. O exemplo mais visível vem da Colômbia. Em Bogotá, um terço da população usa a bicicleta como veículo diário e economiza em média US$ 30 por mês. Na capital colombiana são vendidos 140 mil novos automóveis por ano, contra 1,2 milhões de bicicletas. Em Cuba, a crise econômica do início dos anos 90 levou a uma queda de 50% no uso de ônibus e pedalar se tornou a tábua de salvação. Atualmente, Havana conta com mais de um milhão de bicicletas e tem até serviço de bicitáxi. Em Nova York, nos EUA, foram construídos 180 quilômetros de ciclovias nos últimos dois anos. No Brasil, a bicicleta começa a virar, também, a solução mais racional, embora suas condições de uso permaneçam precárias e boa parte das ciclovias prometidas pelos governos de diversos Estados e municípios ainda não tenha saído do papel.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope, em todo o País cerca de 370 mil pessoas utilizam a bicicleta diariamente. Segundo o levantamento do Ministério das Cidades, o número de ciclovias quadruplicou os últimos cinco anos. Em 2003, eram apenas 600 quilômetros, em aproximadamente 280 cidades. “Até 2011, pretendemos chegar a dez mil quilômetros”, promete Luiz Carlos Bueno de Lima, secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana. Desde o início do programa nacional Bicicleta Brasil, que incentiva o uso desse veículo, o Ministério atendeu pedidos de criação de ciclovias em 101 municípios, a um custo de R$ 15 milhões. A proposta de se criar ciclovias e incentivar o uso de bicicletas para os brasileiros ganhou força nos últimos meses, depois que o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, se encantou com o sistema implantado em Paris. pr mdayres

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