quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


SAUDE




A nova safra das dietas

Os médicos não se cansam de imaginar estratégias que ajudem a emagrecer sem tanto sofrimento. Na semana passada, nos Estados Unidos, um grupo de pesquisadores da Virginia Commonwealth University, nos EUA, e do Hospital das Clínicas de Caracas, na Venezuela, avançou mais um pouco nessa direção. Eles anunciaram a descoberta de um caminho diferente para perder peso e também manter a conquista. Desta vez, a chave do sucesso seria apostar em um super café da manhã, com direito a generosas porções de proteínas (leite, derivados e carnes) e carboidratos (pães, cereais, frutas e doces) e, nas refeições seguintes, restringir bastante a participação desses nutrientes.
Autora da fórmula, a endocrinologista venezuelana Daniela Jacubowicz, afirma que o grande aporte de alimentos pela manhã pode ativar o metabolismo preguiçoso dos que estão acima do peso e fazê-lo queimar até 30% mais calorias. “A dieta do super café da manhã funciona e é melhor do que regimes de baixo teor de carboidratos. Isso porque ela controla o apetite e o desejo de comer doces e amidos e encoraja a comer mais frutas e fibras”, disse a médico. Seu método-divulgado no 90° Encontro Anual das Sociedades de Endocrinologista, realizado em São Francisco, nos EUA - lembra aquela antiga recomendação passada de mãe para filha de que para manter a forma é necessário comer no café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo. No Brasil, a proposta foi recebida com ressalvas. “Um bom café da manhã é importante porque, se o organismo recebe menos do que o necessário, se defende e reduz o gasto de calorias. Mas a refeição não precisa ser exagerada”, pondera o endocrinologista Antônio Roberto Chacra, chefe do departamento de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo.
Outro método que se propõe a intervir nos mecanismos de geração e depósito de energia do corpo é chamada dieta dissociada. Ela prega a separação de proteínas e dos carboidratos na mesma refeição. Significa que não pode juntar o pão e o queijo no mesmo sanduíche
ou o arroz e feijão com bife. Cada família de nutrientes só pode ser consumida se misturar a outra e as refeições devem ser feitas a cada quatro horas. “No mesmo prato, carboidratos e proteínas animais elevam a produção de insulina. Isso aumenta a síntese e o acúmulo de gorduras”, diz o endocrinologista João César Castro Soares, que lança um livro explicando sua proposta.
Na opinião da nutricionista Cynthia Antonaccio, de São Paulo, dietas como a do supercafé da manhã e a dissociada podem causar confusão e ganho de peso. “As pessoas tendem a entrar e sair desses esquemas com freqüência engordam”, diz. O endocrinologista Giuseppe Repetto, diretor do setor de obesidade mórbida e metabólica do Hospital São Lucas, em Porto Alegre, é mais radical. “É tudo bobagem. Já vi muitas dietas chamarem a atenção e depois desaparecerem. O único jeito de emagrecer é comer pouco, apenas para sobreviver, e fazer muita atividade física”, sentencia. PR MDAYRES

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